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segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Minha primeira crônica: A batata e o abacaxi

Sempre tive vontade de escrever para ser lido. Ao contrário do habitual, nunca gostei de ler, mas adorava escrever... para ser lido. Certa vez, lembro-me de ainda estar no colegial quando uma professora, lógico, de português, me pediu para escrever como partiríamos da escola e chegaríamos em casa. Na verdade, hoje em dia, acho que escreveria algo do tipo "como sempre fui" ou "andando" simplesmente.
Não, leitora, o autor que escreve aqui não está faltando com a consciência depois de velho. Fato é que com esses escassos fios louros e fartos fios brancos, sei que uma "batata" é mais engraçada que um "abacaxi". "Ok! Você venceu: batata frita!", vou explicar tudo nesta "metalingüística ambulante"...
Aí, por volta da metade da aula de Djeana contei que o caminho que faria para chegar a casa. Batata! Não faltou detalhes: até semáforo de cruzamento de formigueiro havia. Bem, eu no meu autismo literário, diverti-me a bessa, mas não divertira a turma ao ler e nem falo da amada professora. O que não tinha percebido naquela hora era a enorme diferença entre um romance enfeitado e uma crônica.
E como toda crônica tem um fundo cômico, a minha foi diferente e insuportável com quatro morais: o romance encontra-se num devaneio completamente outside do ramo da batata; a crônica muito longe de ser um abacaxi; o narrador muito distante de ser engraçado; e eu de morar muito perto da minha antiga escola.

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