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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Meu texto autista

Maria aos 14 se encantou com João e em setembro soube que estava grávida de seu "promissor" amor.
É pedra que apóia tábua. Madeira que apóia telha. Saco plástico, prego, papelão. Amarra saco, cava buraco, barraco. Moradia! Era isso que ela chamava de moradia. E não só ela, mas também outro irmão mais novo e sua mãe. E ali, em meio àquilo, no chão, dormem, dividem o tomate podre e comem.
Não houve comunicação e o pai da criança tinha até esquecido o nome da princesa de 8 meses atrás! Maria apenas começou a crescer a barriga. E ali onde ela estivesse, ao lado de duas baratas e umas moscas veio ao mundo um ser, que de tão inesperado não recebeu nome, era apenas conhecido por "seu menino".
Não sabia nadar e fazia pouco tempo que o oxigênio havia entrado em seus pulmões, mas a apenas duas horas de vida foi colocado numa espécie de cesta feita com uma câmara de ar furada que ainda estava cheia e sacos plásticos que flutuaria por mais uma hora no máximo. E se afundasse... bom, e se afundasse ele não teria virado essa criança de 15 anos que está hoje no reformatório. Ele recebeu o nome de, aliás... nome não, apelido: Fossa.
Mas mesmo assim, hoje ele continua querendo viver e luta ao menos pra continuar naquele inferno e não ir pra um outro muito pior: a vida real!
Apesar disso tudo, Fossa é uma pessoa que quer viver e que tem vários motivos para que isso não aconteça. Então, escritor de uma figa, vê se se toca e arranja alguma coisa pra colocar na sua cabeça!